segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ore pela paz de Jerusalém - Pêssach - 14 a 30.04.2014

Pêssach- Festival da Libertação

Estas são as solenidades do SENHOR (מוֹעֲדֵ֣י יְהוָ֔ה), as santas convocações (מִקְרָאֵ֣י קֹ֑דֶשׁ ), que convocareis ao seu tempo determinado (בְּמוֹעֲדָֽם ): no mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do SENHOR (פֶּ֖סַח לַיהוָֽה ). E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do SENHOR (חַ֥ג הַמַּצּ֖וֹת לַיהוָ֑ה ); sete dias comereis pães ázimos.No primeiro dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; mas sete dias oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e fizerdes a sua colheita, então trareis um molho (עֹ֛מֶר) das primícias  da vossa sega ao sacerdote (HaBikurim); e ele moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; no dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá. E no dia em que moverdes o molho, preparareis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao SENHOR, e a sua oferta de alimentos, será de duas dízimas de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR (לַיהוָ֖ה רֵ֣יחַ נִיחֹ֑ח  - para YHVH odor,cheiro,perfume,fragrância/passos,pegadas/dica,conselho,pista/ suave, tranquilizante, sereno, sossegado), e a sua libação será de vinho, um quarto de him. E não comereis pão, nem trigo tostado, nem espigas verdes, até aquele mesmo dia em que trouxerdes a oferta do vosso DEUS; estatuto perpétuo (חֻקַּ֤ת עוֹלָם  - declaração, decreto, lei, determinação eterna) é por vossas gerações, em todas as vossas habitações” (Levítico 23.4-14)
Essa festa é uma das celebrações mais antigas, datando de mais de 3500 anos, desde seu cumprimento histórico no Egito. Seu relato carrega uma poderosa mensagem para todas as eras da humanidade. Ela  inclui não só a ‘tarde de Pêssach’ propriamente dita, mas a sequência de sete dias de Pães Ázimos (HaMatsot) e Primícias (HaBikurim) nesse meio.
Marca a libertação do povo de 430 anos de escravidão egípcia e tal libertação foi tão majestosa (‘com mão forte e braço estendido tirou YHVH Seu povo do cativeiro’ – Deuteronômio 5.15), que alterou o calendário hebraico para sempre (‘este vos será o primeiro dos meses’ – Êxodo 12.2).
YHVH determinou que Pêssach (Páscoa) fosse um permanente memorial celebrado anualmente e por toda eternidade (Êxodo 12.14), comemorando o ato da libertação que ELE proporcionou ao Seu povo das amarras da escravidão do Egito, tendo como peça central o cordeiro, sem o qual não haveria libertação, ao ponto de os termos páscoa e cordeiro se confundirem, como visto em na expressão– ‘sacrificarás a páscoa ao SENHOR...’ (Deuteronômio 16.2,6; Lucas 22.7)

O povo a celebrou no Sinai, um ano após a saída do Egito (Números 9.1-14), e também quando o povo chegou à terra, 39 nos mais tarde (Josué 5.10-12). Deveria ser celebrada somente no lugar que YAH escolhesse para pôr Seu Nome: “Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas portas que te dá o SENHOR teu DEUS; senão no lugar que escolher o SENHOR teu DEUS, para fazer habitar o Seu Nome, ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito” (Deuteronômio 16.5,6). Portanto, pôde ser celebrada nos dias dos reis Ezequias (2 Crônicas 30) e Josias (2 Reis 23.21-23; 2 Crônicas 35.1-19). Após o regresso do cativeiro babilônico, Pêssach também foi celebrada (Ezra 6.19,20); e extensivamente nos dias de YEHOSHUA (João 11.55). Ainda hoje, é um dos festivais mais guardados pelo povo judeu e pelos cristãos.

Tão importante era sua celebração que YHVH permitiu, graciosamente, que fosse celebrado em outra data, pois alguns do povo não estavam preparados para celebrá-lo em 14 de Aviv, uma vez que estavam impuros por tocar no morto ou estavam longe para sua celebração, e puderam faze-lo aos 14 dias do 2º mês (Números 9.1-14; 2 Crônicas 30.2-15). A nenhum dos outros festivais foi permitido tal arranjo.

A palavra hebraica Pêssach, Páscoa, do latim Pascha, do grego Pasca, tem sua origem no verbo ‘lifso’ach’ que significa ‘saltar, saltitar, pular, omitir, fugir’; ‘passar ou pairar/flutuar sobre’, significados que nos revelam algumas coisas:
- quando o flagelo veio sobre o Egito, aqueles que tinham sangue nos umbrais de suas portas saltaram, pularam, fugiram do julgamento e da ira do SENHOR;
- YHVH omitiu (saltou, passou por cima de ou sobre) as casas dos hebreus na noite em que feriu os egípcios, por causa do sangue;
- mais tarde, naquele mesmo cenário (contexto), o povo passaria a pé enxuto, fugindo dos exércitos de faraó, pelo mar, que ‘passava sobre’ eles sem os afogar;
- os hebreus passaram da escravidão para a liberdade (pelo sangue), da morte para a vida (pela água);
- passar sobre o julgamento do pecado e da morte para a vida em YEHOSHUA;
- autorizar, pela fé, que o sangue de YEHOSHUA paire sobre nossas vidas e nos dê a proteção divina contra satanás e o mal.

Tipologias

Egito tipifica o mundo e o sistema mundial, regido por faraó, tipo de satanás, cujas ataduras nos tornam escravos dele, conduzindo-nos constantemente ao pecado (João 8.34).

Os primogênitos dos filhos de Israel tipificam os primogênitos arrolados no céu (“À universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a DEUS, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” – Hebreus 12.23) que obedeceram à ordenança do SENHOR e creram nELE para serem salvos pela marca do sangue do cordeiro, sacrificado ao 14º dia, nos umbrais das portas de suas casas (“E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem... E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo EU sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando EU ferir a terra do Egito” - Êxodo 12.7,13).

O cordeiro de Pêssach, que só passa por cima do pecado, tipifica a Seh HaELOHIM, o Cordeiro de DEUS que tira o pecado do mundo (João 1.29), que é YEHOSHUA HaMASHIACH, nosso Cordeiro Pascal, porquanto nELE cremos (“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque CRISTO, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” - 1 Coríntios 5.7).

Os umbrais e verga das portas tipificam nosso coração. Como eles creram e obedeceram, permanecendo dentro das casas, comendo o cordeiro e colocando o sangue como sinal da obediência, somos desafiados a crer nELE e em Sua obra salvadora e, pela fé (emunah), ‘passar Seu sangue em nossos corações’, para que o pecado não tenha mais domínio sobre nós, pelo poder redentor que há em Seu sangue (1 João 1.7; 1 Pedro 1.18,19; Efésios 1.7; Revelação 1.5) e sejamos edificados como Casa de DEUS (Hebreus 3.6; 1 Pedro 2.5), porque o cordeiro deveria ser comido dentro da casa (Êxodo 12.8-11).

O SENHOR também os instruiu de como comer naquela noite: não deveriam deixar nada do cordeiro (cada dia, o SENHOR traz parcela de revelação de Sua Palavra, Sua Pessoa) para o dia seguinte; deveriam comer como quem tem pressa, com os lombos cingidos, sapatos nos pés, cajado na mão, preparados para deixar o Egito (Êxodo 12.10,11), após a morte dos primogênitos, à meia noite. Toda casa cujo sinal do sangue não fosse encontrado, sofreria o juízo de YHVH (Êxodo 12.12-15) – tipificando nossa corrida do pecado, deixando tudo para trás, só levando aquilo que nos sustente na caminhada de três dias para adorar o SENHOR, já tendo sido fortalecidos pela carne do Cordeiro para dELE viver e nELE permanecer (“EU Sou o Pão Vivo que desceu do céu; se alguém comer deste Pão, viverá para sempre; e o pão que EU der é a Minha carne, que EU darei pela vida do mundo. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer? YEHOSHUA, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e EU o ressuscitarei no último dia. Porque a Minha carne verdadeiramente é comida, e o Meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e EU nele. Assim como o PAI, que vive, Me enviou, e EU vivo pelo PAI, assim, quem de Mim se alimenta, também viverá por Mim” - João 6.51-57)

As ordenanças de YHVH (mitsvot) para a Páscoa (Pêssach)

E falou o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: ‘Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR. E EU passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até os animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. EU Sou o SENHOR. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo EU sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando EU ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.
15 Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até o sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde. Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos.
 21 Chamou pois Moisés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa. Então tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã. Porque o SENHOR passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o SENHOR passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir. Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre.
 25 E acontecerá que, quando entrardes na terra que o SENHOR vos dará, como tem dito, guardareis este culto. E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao SENHOR, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.
 28 E foram os filhos de Israel, e fizeram isso como o SENHOR ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.
 29 E aconteceu, à meia noite, que o SENHOR feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto.
31 Então chamou a Moisés e a Arão de noite, e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, servi ao SENHOR, como tendes dito. Levai também convosco vossas ovelhas e vossas vacas, como tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim. E os egípcios apertavam ao povo, apressando-se para lançá-los da terra; porque diziam: Todos seremos mortos.
 34 E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse, e as suas amassadeiras atadas em suas roupas sobre seus ombros. Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e roupas. E o SENHOR deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, e estes lhe davam o que pediam; e despojaram aos egípcios.
 37 Assim partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sukote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar os meninos. E subiu também com eles muita mistura de gente, e ovelhas, e bois, uma grande quantidade de gado.
 39 E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não se puderam deter, nem prepararam comida.
 40 O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. E aconteceu que, passados os quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do SENHOR saíram da terra do Egito. Esta noite se guardará ao SENHOR, porque nela os tirou da terra do Egito; esta é a noite do SENHOR, que devem guardar todos os filhos de Israel nas suas gerações.
 43 Disse mais o SENHOR a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da páscoa: nenhum filho do estrangeiro comerá dela. Porém todo o servo comprado por dinheiro, depois que o houveres circuncidado, então comerá dela. O estrangeiro e o assalariado não comerão dela. Numa casa se comerá; não levarás daquela carne fora da casa, nem dela quebrareis osso. Toda a congregação de Israel o fará. Porém se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a páscoa ao SENHOR, seja-lhe circuncidado todo o homem, e então chegará a celebrá-la, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela. Uma mesma lei haja para o natural e para o estrangeiro que peregrinar entre vós.
 50 E todos os filhos de Israel o fizeram; como o SENHOR ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram. E aconteceu naquele mesmo dia que o SENHOR tirou os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exército” (Êxodo12.1-51)

1.       Pêssach ocorre no princípio dos meses (Êxodo 12.2)

Aviv (Nisan), cujo significado é primavera ou frescor, novo, espigas verdes, tornou-se o primeiro mês do calendário bíblico, pela importância do evento. Marca o início do ‘cronograma redentivo’ de YHVH para Sua criação.

Quando recebemos a YEHOSHUA em nossa vida (coração), este é o começo de uma nova aliança para nós (B’rit Chadashah) com YHVH (Jeremias 31.31-34; João 3.5-7; Romanos 6.1-4; 2 Coríntios 5.17)

Pêssach é a primeira das festas de YHVH. Da mesma forma, quando nos arrependemos de nosso pecado, reconhecendo o sangue derramado de JESUS por nós e a aceitação dELE em nossas vidas, marca o início da caminhada com CRISTO e o início da vida nova em Seu reino.

2.       O cordeiro era guardado por quatro dias (Êxodo 12.3,6)

A ordenança de YAH para Seu povo era de separar o cordeiro em 10 de Aviv e guarda-lo até o 14º dia. Esses quatro dias foram cumpridos por YEHOSHUA, durante a semana de Pêssach: ELE foi reconhecido como o Cordeiro de DEUS (João 1.29); entrou em Jerusalém sete dias antes de Sua ressurreição, para ser testado, inquirido por autoridades religiosas, políticas e públicas por quatro dias (10 a 14 de Aviv), indo ao templo (Beit HaMikdash), à casa de DEUS; e, embora nada pudessem levantar contra ELE, foi morto e sepultado, para ressuscitar ao 3º dia (Mateus 21.1,9-12,17,18,23; 24.1,3; 26.1-5; Lucas 23.14,15; João 19.4-6; Hebreus 7.26,27; 1 Pedro 1.19).

De acordo com a tradição judaica (Mishnah, San Hendrin 97-98), os quatro dias em que o cordeiro deveria permanecer ‘oculto’, apontam para a expectação da vinda do Mashiach 4000 anos depois da criação, como parte dos sete milênios do plano redentivo de DEUS para a humanidade e a Terra, retornando à condição original do Gan Éden, antes de Adam pecar.

Esses quatro dias foram cumpridos cabalmente por YEHOSHUA, tanto nos quatro dias que antecederam Sua morte, quando foi interrogado por toda a classe social, política e religiosa, não encontrando argumento para acusa-lO de morte (pois o Cordeiro deveria ser sem ruga, mácula, mancha alguma), como nos quatro dias proféticos ou milênios em que não Se manifestou à humanidade.

Um dia profético equivale a 1000 anos (2 Pedro 3.8; Salmo 90.4). Sete dias de criação (provavelmente 7000 anos - Gênesis 1.1,5,8,13,19,23,31; 2.1-3) e sete dias para a redenção do homem e da Terra.

3.       O cordeiro deveria ser sem mancha ou defeito (Êxodo 12.5)

YEHOSHUA é o Cordeiro de DEUS (João 1.29) sem manchas, sujeiras ou defeito algum (1 Pedro 1.18-20). Desde que entrou em Jerusalém (em Sua entrada triunfal, sendo aclamado como Filho de David, atributo ao Messias de Israel – Mateus 21.1-9), foi examinado, como Cordeiro, por várias entidades, cumprindo as Escrituras:
- príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo (Mateus 21.23);
- Pilatos (Mateus 27.1,2,11-14,17-26);
- Herodes (Lucas 23.6-12);
- Anás, o sumo sacerdote (Lucas 3.2; João 18.13,24);
- Caifás, o sumo sacerdote (João 11.49-53; 18.13,14,19-24,28);
- Judas Iscariotes (Mateus 27.3-10);
- o centurião (Mateus 27.54);
- o ladrão arrependido (Lucas 23.39-43)

Nenhum deles pôde encontrar algo que O desabonasse para ser o Cordeiro Perfeito; não encontraram manchas, sujeiras ou algum defeito, pois YHVH só aceitaria como resgate um sangue absolutamente inocente. E YEHOSHUA foi e é esse sangue imaculadamente inocente: “Àquele que não conheceu pecado, ELE (o PAI) O fez pecado por nós; para que nELE fôssemos feitos justiça de DEUS” (2 Corìntios 5.21)

4.       O cordeiro seria de um ano de idade (Êxodo 11.4-7; 12.5)

O cordeiro de um ano de idade é animal que atingiu a maturidade, correspondendo a um adulto humano de 30 anos!

JESUS, aos 33 anos, adulto em Sua maturidade (espiritual, intelectual, emocional, física), declarou aos Seus discípulos que era chegada a hora do príncipe deste mundo que nada possuía nELE: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em Mim” (João 14.30).

Lucas afirma que ELE crescia em graça, sabedoria e estatura diante de DEUS e dos homens (Lucas 1.52), o que significa que ELE não nasceu pronto, mas desenvolveu-Se como todo ser animal, sem pecar, sem manchar-Se com a iniquidade. ELE teve que aprender a obediência pelo tanto que sofreu (“O Qual, nos dias da Sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas Ao Que O podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ELE consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que LHE obedecem;  chamado por DEUS Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” – Hebreus 5.7-10), e obedeceu até a morte de cruz (Filipenses 2.8).

5.       O cordeiro deveria ser macho (Êxodo 12.5)

O pecado entrou na Terra por meio de um homem (Romanos 5.12; 1 Timóteo 2.12-14), o primeiro homem, Adam, que pecou (ele não foi enganado, mas sim Chavah). Por esta razão, um Homem deveria morrer para expiar o pecado de toda humanidade, YEHOSHUA HaMASHIACH:
se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por Um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de Um muitos serão feitos justos. Veio, porém, a Lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor” (Romanos 5.17-21)

6.       Seria um cordeiro por família (Êxodo 12.3,4)

A intenção de YHVH é que a experiência de salvação seja de toda a família. O cordeiro era para a família. A crença no MESSIAS de Israel, o Cordeiro Pascoal, está disponível a todos (Gênesis 7.1; 18.16-19; Josué 24.15; João 4.46-54; Lucas 19.5-10; Atos 16.15,31; 18.3,8).

A revelação do Cordeiro na Bíblia foi progressiva: por família (Êxodo 12.3,4); por nação (ovelhas perdidas da casa de Israel – Mateus 15.24; necessário morrer um por toda a nação - João 11.49-52); ao final, para o mundo (João 1.29).

Por centenas de anos a pergunta de Itschaq a Avraham, seu pai, enquanto subiam o monte Moriah para o sacrifício a ELOHIM, ‘onde está o cordeiro?’ (Gênesis 22.7), permaneceu sem definição, exceto que ‘YHVH proveria para Si um Cordeiro para o holocausto’ (Gênesis 22.8). Itschaq manifestar-Se-ía 2000 anos mais tarde, quando Yochanan, o batista, responderia: ‘Eis aí o Cordeiro de ELOHIM que tira o pecado do mundo’ (João 1.29), YEHOSHUA HaMASHIACH (Isaías 53.7).

7.       O cordeiro de Pêssach deveria ser morto à tarde (Êxodo 12.6)

Como já vimos, o dia bíblico ocorre de uma viração do dia à outra, ao entardecer (Gênesis 1.5,8.13,19,23,31). Cada dia é dividido em dois períodos de 12 horas: o período da noite em torno de 18.00h até as 6.00h; do dia, das 6.00h às 18.00h. O período a que se refere o texto de Êxodo 12, tarde, é o período compreendido entre 12h e 18.00h, exatamente às 15.00h ou à 9ª hora do dia.

O texto original hebraico de Êxodo 12.6, aponta para o sacrifício do cordeiro como acontecendo ‘entre as duas tardes’ ou literalmente ‘no espaço entre as tardes’ -  בֵּ֥ין הָעַרְבָּֽיִם  -  traduzido desta forma na versão da Reina Valera (tradução clássica espanhola da King James) diz: “Y lo guardaréis hasta el día catorce de este mes, y lo inmolará toda la congregación del pueblo de Israel entre las dos tardes (entre as duas tardes)”.

Como entender ‘no espaço entre as tardes’ ou ‘entre as duas tardes’-  בֵּ֥ין הָעַרְבָּֽיִם? Como vimos acima:
- o dia bíblico é dividido entre entardecer (18h às 6h, ou as 12 vigílias da noite) e manhã (6h às 18h, ou as 12 vigílias da manhã), em dois períodos de 12 horas;
- o período da tarde de um dia é compreendido entre a hora 6ª (12.00h) e a 12ª hora (18.00h);
- o espaço compreendido entre essas duas metades da tarde, ou à hora 9ª (15.00h), corresponderia ao ‘בֵּ֥ין הָעַרְבָּֽיִם’ do texto de Êxodo 12.6, revelando-nos a hora exata em que YEHOSHUA morreu (Mateus 27.45-50).

O Cordeiro de DEUS que tira o pecado do mundo (João 1.29) foi sacrificado das 9.00h às 15.00h (da hora 3ª à 9ª), no dia 14 de Aviv, em Pêssach; a semente de trigo que caiu na terra para morrer, a fim de que não ficasse só, mas desse muito fruto (João 12.24) e fruto em abundância (Isaías 53.11).
E a Palavra diz que da hora 6ª (12.00h) à hora 9ª (15.00h) houve trevas sobre a Terra (Mateus 27.45), o momento em que DEUS teve que virar as costas para o Filho do homem, pois Este estava todo pecado, não os dELE, mas os nossos (Isaías 53.10-12); e são eles que nos fazem ficar longe de DEUS PAI (“Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso DEUS; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que não vos ouça” – Isaías 59.2).

E desde a hora sexta houve trevas (חֹשֶׁךְ – choshech, σκότος – skotos) sobre toda a Terra, até a hora nona” (Mateus 27.45)

E a Terra era sem forma e vazia; e havia trevas (חֹשֶׁךְ – choshech, σκότος – skotos) sobre a face do abismo; e o Espírito de DEUS Se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1.2).

Quando a Terra foi invadida e controlada por satanás, havia bagunça, desordem e trevas no meio da Criação de DEUS. Quando DEUS estava na cruz, as trevas ‘retornaram’, e tudo era sem forma e vazio, porque os olhos do SENHOR não estavam mais sobre a Terra para cuidar dela, observá-la, guarda-la, por causa da iniquidade e do pecado. As mesmas palavras no hebraico e grego estão presentes nos dois textos.

Quando as trevas imperavam na face da Terra:
Ø  da primeira vez, uma nova criação estava para vir à luz, sobre quem o fôlego de vida de YHVH seria soprado, gerando uma alma vivente -  נֶ֥פֶשׁ חַיָּֽה néfesh chayah (Gênesis 2.7), a obra prima de YAH, criada à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1.26,27);
Ø  no 2º ato, uma nova criação -  בְּרִיאָה חֲדָשָׁה/ b’riyah chadashah - estava saindo do forno (“se alguém está em CRISTO, nova criação é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” - 2 Coríntios 5.17), sobre quem o Espírito de Vida seria derramado (Shavuot) para que rios da água viva dela fluíssem, tornando-se espírito vivificante - רוּחַ מְחַיֶּה  / ruach m’chayeh, criada EM YEHOSHUA HaMASHIACH: “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adam, foi feito alma vivente (néfesh chayah). O último Adam, porém, é espírito vivificante (ruach m’chayeh)” (1 Coríntios 15.45).

Mas, há um terceiro texto que está conectado a esses dois, apontando para a obra redentora de YHVH ali em Êxodo 12, quando o povo de Israel saía da terra do Egito, da escravidão de 430 anos.

O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. E aconteceu que, passados os quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do SENHOR (divisões de YHVH) saíram da terra do Egito. Essa foi a noite de YHVH (em que ELE manteve vigília) para tirá-los da terra do Egito; essa é a noite de YHVH, que devem guardar todos os filhos de Israel nas suas gerações” (Êxodo 12.40-42)

E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro” (Êxodo 14.20)

Como ‘noite de YHVH’, noite de trevas se, uma vez que SENHOR é todo luz e nELE não há trevas algumas (1 João 1.5)? Porque, a noite do SENHOR foi a Sua crucificação e Sua sepultura, quando as trevas cobriram a face da Terra, uma vez que o ‘pecado’ parecia imperar e sobrepujar a Justiça de YHVH (o próprio FILHO) que precisava ser satisfeita. É a descrição do verso seguinte de Mateus 27 e do Salmo 22. 1a – “E perto da hora nona exclamou YEHOSHUA (a Salvação) em alta voz, dizendo: ELI, ELI, lamá sabactâni; isto é, DEUS Meu, DEUS Meu, por que Me desamparaste?” (Mateus 27.46)

A nuvem é a figura do MESSIAS YEHOSHUA: ela foi trevas para uns e luz para outros. Ainda que YEHOSHUA morreu por todos, nem todos LHE reconhecem o sacrifício e já estão condenados em sua própria incredulidade (“Quem crê nELE não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de DEUS. E a condenação é esta: Que a Luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a Luz, porque as suas obras eram más” - João 3.18,19)

Densas trevas estavam sobre o Filho do homem naquela cruz (Sua vigília) em Suas últimas horas de vida na Terra como Filho Unigênito.

Ao ser sepultado, YEHOSHUA desceu às trevas do sheol (“Ora, isto ELE subiu que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também O mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” – Efésios 4.9,10), e foi a noite em que ELE manteve vigília, numa enorme batalha espiritual, para:
ü  pregar aos espíritos em prisão, que antes foram rebeldes (“Porque também CRISTO padeceu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para levar-nos a DEUS; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; nO Qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de DEUS esperava nos dias de Noach, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água; que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com DEUS, pela ressurreição de JESUS CRISTO; O Qual está à destra de DEUS, tendo subido ao céu, havendo-se-LHE sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” - 1 Pedro 3.18-22);
ü  e ascender com os Seus resgatados (“Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens” – Efésios 4.8)

No dia 15 de Aviv, no primeiro dia de Chag HaMatzot (Festa dos Pães Ázimos ou sem fermento), o povo deixou o Egito, logo após a morte dos primogênitos das casas onde não havia a ‘cobertura’ do sangue contra o Anjo da Morte, nas casas que não possuíam o ‘sangue do cordeiro imolado em Pêssach na verga e nas ombreiras da porta’. Um pouco antes da viração do dia (14 para 15 de Aviv), YEHOSHUA, morto (o próprio DEUS morto! A morte do Imortal!), foi retirado da cruz e sepultado às pressas, antes que chegasse o shabat de festa (e não o 7º dia da semana) de 15 de Aviv.

Dos dias 15 a 17, o povo andou sob a nuvem (como uma sepultura). YEHOSHUA, nesse período, estava na sepultura. No dia 17 de Aviv, os filhos de Israel atravessaram o Mar Vermelho: quando entraram nele ‘estavam como que mortos’ e, ao saírem do outro lado, por causa do livramento (salvação - Yeshua) de YHVH, ‘ressuscitaram’ – esta foi HaBikurim, Festa das Primícias. No dia 17 de Aviv, ao terceiro dia, YEHOSHUA ressuscitou, como Primícias da colheita de vidas (1 Coríntios 15.20,23) e Primogênito dentre os mortos (Colossenses 1.18).

Em 3 de Sivan, o povo chegou ao Sinai, ao local de encontro com seu CRIADOR e, ao terceiro dia, o SENHOR desceu ao monte declarando a Palavra da Constituição do Reino ao povo, a Torah, o Verbo, o próprio MESSIAS pré-encarnado! Isso se deu 50 dias depois da travessia em Iam Suf, em Shavuot ou Festa das Semanas ou Pentecoste. JESUS ressuscitou ao 3º dia (Chag HaBikurim), andou com Seus discípulos por 40 dias e pediu que não se ausentassem de Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Atos 1.4,8), o que ocorreu, 10 dias depois, ou seja, 50 dias após Sua ressurreição, 50 dias após HaBikurim, exatamente em Shavuot, repetindo-se a experiência do povo no deserto com a entrega da Torah (Atos 2.1-4).

8.       Todo ajuntamento da congregação de Israel o matará à tarde (Êxodo 12.6)

Todo ser humano é culpado de matar YEHOSHUA porque ELE morreu pelos pecados de toda a humanidade: Romanos 3.10,23 – “Não há um justo, nem um sequer... Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS”.

Nenhum ser humano poderia tomar Sua vida (João 10.17,18), mas ELE a entregou por todos por Sua própria vontade. Por centenas de anos, Israel e o povo judeu foram erroneamente acusados de ‘matar a DEUS’, sofrendo horrenda perseguição por isso (teologia da substituição). Entretanto, cada ser humano matou o ‘Cordeiro’ por seu pecado

Mas DEUS prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores... Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Romanos 5.8,12)

Toda a Congregação estava envolvida na morte de YEHOSHUA. Os Evangelhos mostram como o Sinédrio, os sacerdotes, os romanos, o povo de Israel, todos à uma vociferaram pela crucificação de YEHOSHUA e por Seu sangue para que fosse derramado (Mateus 27.17,20-22,25; Atos 4.26-28).

9.       O sangue deveria ser aplicado aos umbrais da porta de cada casa (Êxodo 12.7,13,22)

O que lhes deu o direito de serem livres foi o sacrifício do cordeiro Pascal. Eles, de fato, passaram através do sangue na verga e nas ombreiras da porta, ao saírem das casas (Êxodo 12.22,23). Quando iniciaram sua viagem pelo deserto, foi-lhes ordenado fazerem sacrifícios e mais sacrifícios. Toda sua existência centrava-se na idéia do sangue do sacrifício, ainda que não tivessem entendimento pleno disso.

A experiência da centralidade e importância do sangue começou a ser incutida no homem com o primeiro sacrifício do cordeiro, lá no Éden, após a queda do homem, quando YAH proveu a cobertura da nudez de Adam e Chavah por meio do sacrifício substitutivo de um inocente, em contraposição ao método pobre que haviam providenciado para si mesmos com folhas de figueira (Gênesis 3.21,7)

Como judeus e gentios messiânicos, a importância do sangue do sacrifício é central para nossa existência no mesmo nível que foi para o povo, liberto do Egito. A diferença é que temos o entendimento do sacrifício: não uma cega obediência ao sacrifício de animais, mas o entendimento e recebimento do amor de DEUS tão grande, que foi capaz de sacrificar Seu Filho por nós. A verdade do amor sacrificial de DEUS é que nos liberta para sempre (“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” - João 8.32).

Não é coincidência que YEHOSHUA foi crucificado durante Pêssach. Ele foi planejado e determinado por YAH com o sacrifício do MESSIAS em mente. Pêssach prepara o cenário para o grande ato da morte e ressurreição do MESSIAS YEHOSHUA que veio ao mundo exatamente para esse propósito (“Agora a Minha alma está perturbada; e que direi EU? PAI, salva-Me desta hora; mas para isto vim a esta hora. PAI, glorifica o Teu Nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já O tenho glorificado, e outra vez O glorificarei” - João 12.27,28). Pêssach e a Crucificação são o mesmo pré-determinado evento, executados desde a fundação do mundo (Revelação 13.8).

O sangue do sacrifício do cordeiro, colocado nos umbrais das portas, aponta para o sacrifício todo suficiente executado em Jerusalém, na plenitude dos tempos. Passando pelo sangue do sacrifício do cordeiro nos umbrais das portas, para a libertação da escravidão do Egito e do pecado, YAHVEH os levava a tornar-se uma nação, cujo destino final era Jerusalém. Israel era Sua herança física, mas a capital, Jerusalém, era Sua herança espiritual, onde o Cordeiro Messias deveria ser imolado em sacrifício perfeito e pleno, para então ressuscitar.

O cordeiro foi imolado. Nos umbrais das portas, duas formas podem ser interpretadas:
 

-  (cruz) - o sangue nos umbrais e na verga das portas (traço vertical e outro horizontal nos umbrais das portas) formava o sinal da cruz. A porta é uma cruz e a cruz é uma porta. YEHOSHUA declarou ser a Porta do Seu aprisco, por onde devemos entrar (João 10.9) e através de Quem devemos andar. “Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-Me” (Lucas 9.23);
-  h – sangue em forma de duas hastes verticais e uma horizontal formam uma cabana, pois Seu sangue é a cobertura, proteção e garantia de que não seremos destruídos ao entrarmos no Santo dos santos, onde YHVH habita (Hebreus 10.19-23). Por Seu sangue temos livre acesso ao tabernáculo celestial, não feito por mãos (Hebreus 9.24), à Nova Jerusalém que, um dia, descerá do céu como esposa ataviada (Revelação 21.2);
-  h – essa forma também aponta para o sopro de YHVH sobre o homem segundo Seu coração. Avram foi chamado por YAH, que lhe fez promessas, esperando que cumprisse Suas ordenanças, porquanto ELE o estava testando, provando para aprova-lo ao fim de tudo. E assim foi:
·       o SENHOR lhe prometeu extensas porções territoriais (Gênesis 13.14-18;15.7-21) e o fez peregrinar por ela, pisando-a e possuindo-a (‘toda lugar que pisar a planta dos vossos pés, EU vo-lo tenho dado’ – Josué 1.3).
·       YAH lhe prometera um filho saído de seus lombos para herdar as promessas (Gênesis 15.1-6), e Avram aguardou o cumprimento da promessa (embora saísse do propósito perfeito de YAH, gerando a Ishmael da escrava, antes que da livre – Gênesis 16; Gálatas 4.22-31)
Foi no contexto da plenitude dos tempos para Avram, quando estava amadurecido para receber e tomar conta do filho da promessa, que o SENHOR lhe soprou Seu fôlego de vida, dando-lhe o nome de Avraham e instituindo o símbolo dessa aliança, a circuncisão do prepúcio do órgão genital masculino (Gênesis 17), por onde passa o sêmen para a concepção de novas vidas, referindo-se às ‘sementes consagradas a YHVH’, aliançadas por pacto com ELOHEI Israel, símbolo da entrega/consagração do que se gera e da circuncisão do coração, uma vida entregue a ELE para Seu uso exclusivo (“Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de DEUS” – Romanos 2.28,29).

Sarai também recebeu o sopro de vida de YAH, tornando-se Sarah, e apta para gerar em seu útero o Filho da promessa, YEHOSHUA, o Descendente apontado por Paulo, em Gálatas 3.16 – “Ora, as promessas foram feitas a Avraham e à sua Descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua Descendência, que é MASHIACH”.

Precisamos desse h sopro divino para que o Filho seja gerado em nós, só sob Seu sangue (na cabana, na cruz, no fôlego de Sua vida em nós).

Passamos pela crucificação de YEHOSHUA do mesmo modo que nossos antepassados passaram pela porta com sangue. Através da cruz do MESSIAS, DEUS novamente criou um povo para Si, como ELE havia feito no êxodo. Saímos para a liberdade do pecado e de satanás, da morte e da destruição.

Todos aqueles que crêem no MESSIAS de Israel são a casa de DEUS (Efésios 2.19; 1 Timóteo 3.15; Hebreus 3.6).

O único caminho para a presença de DEUS (casa de DEUS) é por meio do sangue derramado de YEHOSHUA, a Porta (João 10.7-9) e o Caminho (João 14.6) que, por Seu sangue, tornou possível a entrada à Presença do PAI, à Verdade e Vida absolutas (Hebreus 10.18-23).

10.    O corpo do cordeiro deveria ser comido (Êxodo 12.8-10)

Corpo e sangue do cordeiro apontam para o corpo e sangue de JESUS (Mateus 26.26-28). A carne, alimento físico, deu-lhes o fortalecimento para a viagem de três dias tempo em que ‘estariam mortos, no hades, para enfrentar satanás’. Se não fosse o ‘cordeiro’, não poderiam ter saído do Egito, do ‘hades’, ao 3º dia (atravessando o Mar para a nova vida).

Em João 6, o SENHOR afirma que quem não comer de Sua carne e não beber de Seu sangue, não tem vida em si mesmo, não permanece nELE, como ELE está no PAI e o PAI nELE, não vive dELE, por ELE, porque Seu sangue e Sua carne são verdadeira bebida e comida, respectivamente (João 6.53-57).

Quando nos alimentamos, os nutrientes do alimento são incorporados a nós pela digestão e passam a fazer parte de nosso ser. Comer a carne e beber o sangue de CRISTO tem a ver com permitir que ‘não mais vivamos, mas que ELE viva em nós’, tem a ver com comer Sua Palavra e permitir que cada nutriente espiritual dela seja incorporado em nosso eu interior, por meio da ação do Espírito Santo digerindo-a e transformando-nos à imagem e semelhança do Varão Perfeito.

a)       o cordeiro deveria ser comido na mesma noite em que fosse sacrificado (Êxodo 12.8) – YEHOSHUA foi crucificado, sofreu e morreu no mesmo dia (Sua crucificação foi de seis horas – cada hora para cada milênio em que o homem tem sido ‘dono’ de seus atos e atitudes), de uma vez por toda, uma única vez (Hebreus 9.26b,28a);
b)       o cordeiro deveria ser comido com pão não levedado (Êxodo 12.8) – o fermento aponta para pecado (1 Coríntios 5.6-8); a ausência do mesmo significa ausência de pecado. Somos orientados a viver uma vida santa, sem fermento, diante de YHVH (Levítico 11.44; 19.2; 1 Pedro 1.14-16), porque os nossos pecados que criam barreiras entre DEUS e nós;
c)       o cordeiro deveria ser comido com ervas amargas (Êxodo 12.8) – para os crentes no Messias, as ervas amargas representam duas coisas:
- falam de escravidão e fardos deste mundo (Egito) e as amarguras do pecado em nós, antes de entrarmos em aliança com YEHOSHUA. Recorda a vida de escravidão do pecado, de satanás e do mundo;
- apontam para as dificuldades da vida, caminhando com CRISTO, pela militância da carne contra o Espírito, e pela luta de satanás contra os servos do DEUS Altíssimo.
Para YEHOSHUA, morrer no madeiro foi uma amarga experiência de separação do PAI, como nunca vivida por ELE na eternidade da eternidade, ao ponto de suar sangue (Lucas 22.44), porque havia pago o preço pelo pecado do homem com Sua vida sem pecado
d)       o cordeiro deveria ser assado em fogo (Êxodo 12.9) – fogo aponta para julgamento, refinação e purificação. Nossa fé é julgada e provada pelo fogo, para que possa ser refinada e purificada até manifestar-se como puro ouro (Zacarias 13.9; Tiago 1.12; 1 Pedro 1.7; Revelação 3.18);
e)       o cordeiro não deveria ser cozido em água (Êxodo 12.9)  – o Evangelho de YEHOSHUA não deve ser diluído ou temperado ou invalidado por nossas tradições e religiosidades, mas o sim dELE deve ser o nosso sim; Seu não, o nosso não. A Palavra não deve ser mudada para acomodar-se às nossas necessidades ou desejos, mas nós devemos nos deixar modelar por ela (Mateus 5.37; Revelação 22.18,19);
f)        cabeça, pés e outras partes do cordeiro deveriam ser comidas (Êxodo 12.9,10) – como Perfeito Alimento, tudo o que se refere à Palavra deve ser comido e, uma vez digerido, fará parte de nossa constituição espiritual, porque toda ela é boa para correção, ensino, repreensão, instrução em justiça (2 Timóteo 3.16).
YEHOSHUA, o Cordeiro de DEUS, o Pão Vivo que desceu do céu, o Verbo que Se fez carne e habitou entre os homens, é o Perfeito Alimento, do qual nos alimentamos, para termos:
- cabeça - o mesmo sentimento (Filipenses 2.5), a mesma mente (1 Coríntios 2.16) e mesmo comportamento (Efésios 4.21-23), uma vez posta Sua Lei em nosso entendimento e escrita em nosso coração (Hebreus 8.10);
- pés - andando como ELE andou, ou seja, em novidade de vida (Romanos 6.4), por fé e não por vistas (2 Coríntios 5.7), no Espírito para não satisfazer as concupiscências da carne (Gálatas 5.16), criados nELE para as boas obras que DEUS preparou-nos (Efésios 2.10), andando em amor como sacrifício vivo a DEUS (Efésios 5.2), como filhos da Luz (Efésios 5.8), se na Luz andarmos (1 João 1.7), caminhando dignamente diante de YHVH, para LHE agradar em tudo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento dELE (Colossenses 1.10), ou seja, andando segundo Seus mandamentos (2 João 1.6), na verdade (3 João 1.4)

11.    O cordeiro deve ser comido às pressas (Êxodo 12.11)

Os crentes no Mashiach devem deixar rapidamente o Egito, sem olhar para trás, correndo para a novidade de vida que YEHOSHUA propõe, como fez Zaqueu ao receber o convite dELE (Lucas 19.5,6)

Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR” (Êxodo 12.11)

a)       lombos cingidos – apontam para um coração ardentemente desejoso de servir e obedecer ao SENHOR prontamente. Lombos cingidos com a verdade da Palavra (Efésios 6.14) dão sustentação para um caminhar firme, determinado, em fé sobre a Verdade, que conduz à liberdade em CRISTO JESUS (João 8.31,32), que é a Verdade (1 Reis 18.46; 2 Reis 4.29; Jeremias 1.17; Lucas 12.35; 1 Pedro 1.13);
b)       sapatos nos pés – apontam para caminhar com DEUS, calçados na preparação do Evangelho da paz (Efésios 6.15), pés formosos que anunciam as boas novas, o bem e fazem ouvir a paz e a salvação (Isaías 52.7; Naum 1.15; Romanos 10.15);
c)       cajado na mão – aponta para a autoridade do crente no Reino de DEUS em Nome de YEHOSHUA (Mateus 28.18-20). Yehudah deu seu cajado, símbolo de sua autoridade, como penhor a Tamar, e esse cajado e outros utensílios a pouparam da morte por adultério (Gênesis 38.17,18,24-26). O cajado na mão de Moshe era o símbolo da autoridade de YHVH em sua vida (Êxodo 14.16). Com seu cajado de pastor (aquele que lhe dava autoridade para lutar contra leões e ursos), a funda e cinco pedras lisas (polidas pelo tempo), David foi enfrentar o gigante Golias (1 Samuel 17.40). O cajado, símbolo da autoridade e unção de YHVH na vida de Elyahu, foi usado para trazer vida (2 Reis 4.29). O cajado do Bom Pastor traz consolo, direção e segurança (Salmo 23.4). Os discípulos foram enviados somente com o cajado, na autoridade do Seu Nome (Marcos 6.7,8)

12.    Pêssach deveria ser observado ao pôr do sol (Deuteronômio 16.2,6)

Então sacrificarás a páscoa ao SENHOR teu DEUS, das ovelhas e das vacas, no lugar que o SENHOR escolher para ali fazer habitar o Seu Nome... Senão no lugar que escolher o SENHOR teu DEUS, para fazer habitar o Seu Nome, ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito

Isso foi cabalmente cumprido por YEHOSHUA em Sua crucificação (Mateus 27.45,46)

Pôr do sol – DEUS vinha ao encontro do homem e ali o achou em pecado - “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR DEUS, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR DEUS, entre as árvores do jardim” (Gênesis 3.7,8) – ‘no mesmo horário em que o pecado entrara no mundo, deveria sair pelo sacrifício do 2º Adam’.

13.    Nenhum osso do cordeiro seria quebrado (Êxodo 12.43-46)

Nenhum osso de YEHOSHUA foi quebrado no madeiro (João 19.33).
A estrutura das Escrituras não pode ser rompida ou corrompida – há ordem e tempo para tudo.

14.    Haveria explicação do culto (Êxodo 12.25-28)
E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o SENHOR me tem feito, quando eu saí do Egito” (Êxodo 13.8)

YEHOSHUA explicou cada porção de Pêssach, de acordo com o Seu cumprimento do mesmo a Seus discípulos (Lucas 22.14-20; 1 Coríntios 11.23-26)

15.    Os egípcios foram espoliados no êxodo (Êxodo 12.31-36)
Pagamento pelos anos de trabalho escravo
satanás foi despojado quando YEHOSHUA entrou no inferno, pregou aos espíritos em cativeiro (1 Pedro 3.18-20) e ressuscitou triunfantemente (Colossenses 2.15)

16.    Para comer Pêssach deve ser circuncidado (Êxodo 12.48; Josué 5.2-10)

O ato de circuncisão física (sinal de aliança) é figura da circuncisão interna ou espiritual que YHVH planejou para nós (Romanos 8.28,29). ELE sempre desejou para Seu povo a circuncisão do coração (Deuteronômio 10.12-16; 1 Coríntios 7.18,19; Efésios 2.11-13) – estar debaixo da cobertura de aliança, aceitando seus termos e condições

17.    Pêssach é santa convocação, e nenhum trabalho deveria ser feito (Êxodo 12.16)

A salvação não vem por mérito ou esforço pessoal, mas na crença da obra executado pela TriUnidade (Efésias 2.8-10). Um crente encontra o verdadeiro descanso no cessar de suas próprias atividades na obra consumada de YEHOSHUA na cruz do calvário, ELE, que é o Cordeiro pascal de DEUS (João 17.1-4; 19.30; Hebreus 4.1-10)

18.    O Cordeiro pascal deveria ser morto fora dos portões da cidade (Levítico 24.14)

Animais sacrificados eram retirados para fora do arraial como sinal da remoção do pecado do meio do povo, pois a blasfêmia não poderia permanecer no arraial.

YEHOSHUA foi morto fora dos muros de Jerusalém, num lugar chamado Gólgota (João 19.16-19; Hebreus 13.10-13)

19.    Há poder curador no cordeiro (Êxodo 15.26)

YEHOSHUA é Aquele que cura, enviado da parte de DEUS (Salmo 105.36-38; Isaías 53.1-5; 1 Pedro 2.24; 1 Coríntios 11.26-30)

20.    O Êxodo aconteceu sobre as asas de águia (Êxodo 19.4)

Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a Mim” (Êxodo 19.4)

Porque a porção do SENHOR é o Seu povo; Jacó é a parte da Sua herança. Achou-o numa terra deserta, e num ermo solitário cheio de uivos; cercou-o, instruiu-o, e guardou-o como a menina do Seu olho. Como a águia desperta a sua ninhada, move-se sobre os seus filhos, estende as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas, assim só o SENHOR o guiou; e não havia com ELE deus estranho. ELE o fez cavalgar sobre as alturas da terra, e comer os frutos do campo, e o fez chupar mel da rocha e azeite da dura pederneira” (Deuteronômio 32.9-13)

E a mulher (Israel e Igreja) fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por DEUS, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias... E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente” (Revelação 12.6,14).

Quando o tempo é chegado para que aprendam a voar, os filhotes de águia são tomados pela mãe águia, uma a um, sobre suas asas, para leva-los a um ‘passeio’, lançando-os do alto. Pela necessidade, desespero e instinto, começam a bater asas, aprendendo a voar. Geralmente, os filhotes não conseguem voar em sua primeira ‘queda’, despencando para o solo. É quando a mãe faz um vôo rasante para resgata-los, levando-os de volta ao ninho. A operação é repetida, até que os filhotes voem espontaneamente, sendo para isso, incessantemente colocados nessas situações de risco e estresse, porque a ‘maturidade’ é necessária para sua sobrevivência; e aprender a voar é sinônimo de maturidade!

O vôo nas asas da mãe águia não é um vôo panorâmico, mas de maturidade imposta. O mesmo fez YHVH com o povo de Israel, retirando-o do cativeiro e da escravidão com Suas asas. Mas, como toda liberdade exige responsabilidade, o povo precisava amadurecer para não tornar a liberdade uma arma contra si. Seu tempo de 40 anos de/no deserto foi para esse aprendizado, quando foram carregados nas asas de YHVH, para que aprendessem a voar, quando entrassem na terra prometida, dali a pouco tempo (Deuteronômio 32.9-13), em que YAH sacudiria Suas asas para que os filhotes aprendessem a voar – conquistar a terra, extrair dela seu próprio sustento, habitar na terra, multiplicando-se, servindo e adorando seu SENHOR. Ali teriam que amadurecer, porque era o tempo de deixar o ninho, de deixar a meninice (estar sobre as asas da águia mãe), as comodidades do deserto, o tempo de progredir espiritualmente na dependência de YHVH, não mais como EL SHADAI (DEUS que amamenta), mas como ADONAI EL ELYON, SENHOR DEUS Todo Poderoso.

A chegada à terra prometida traria consigo grandes mudanças:
a)       a provisão especial do deserto cessaria (Êxodo 16.35; Josué 5.12) – não mais receberiam maná diário, mas teriam que semear a terra para colher de seu fruto (ainda que as bênçãos das chuvas temporãs e serôdias e da multiplicação da semeadura pertençam a YAH). No começo de nossa jornada cristã, somos galardoados com as provisões celestiais, ouvindo a DEUS de uma forma simples e direta. Chega o dia em que temos que ‘garimpar’ Sua Palavra para nos aprofundarmos no relacionamento com ELE, para que ELE Se torne para nós, não ‘somente’ o Provedor, mas ‘O SENHOR’, nosso Dono e de Quem dependemos absolutamente;
b)       a coluna de fogo e a nuvem, manifestações claras, visíveis da presença divina, deixariam de guia-los (Êxodo 13.21,22; Josué 3.1-4), para dar lugar à fé em Suas promessas. No princípio da caminhada com CRISTO, podemos ter experiências arrebatadoras, com a manifestação de Seu poder de modo tão visível e sólido, necessárias para aquela fase da caminhada (do aprender a crer). Mas, chega a época em que as manifestações acabam, o silêncio vem e parece que ELE Se esqueceu de nós ou que não nos ouve (o lançamento do filhote das asas da mãe), numa confusão de sentimentos de abandono, rejeição, culpa misturados. No momento do desespero, a fé (asas batendo) deve operar o milagre do alçar asas e voar sobre Suas promessas (gerais e específicas). Somos guiados não por vista, mas por Sua Palavra, em fé;
c)       a proteção contínua, impedindo o confronto com os inimigos ou a vitória sobre eles (Êxodo 13.17,18,8-13), não mais aconteceria, dando lugar à batalha pela conquista. O SENHOR os conduziu pelo deserto, fazendo-os desviar do território de seus inimigos, para impedir o confronto. Agora, teriam de lutar para conquistar a terra que ELE lhes prometera. Teriam que agir em fé e santidade, obedecendo passo a passo as estratégias divinas para vencer as batalhas de Jericó, Ai, Chevron e tantas outras. Na vida com o SENHOR, a batalha espiritual é uma realidade palpável (Efésios 6.10-13) em que temos que nos posicionar em fé e santidade, armando-nos com as armas que ELE nos disponibiliza, a fim de permanecermos inabaláveis na carreira a nós proposta por YHVH.
Somos poupados até a maturidade requerida para entrarmos em batalha, como foi com Israel, a fim de recebermos as promessas de YAH para nós, quando devemos bater asas e voar rumo à conquista da terra prometida!

21.    Eles (Moisés e os filhos de Israel) cantaram um cântico de regozijo ao SENHOR (Êxodo 15.1-21)

Celebraram porque tinham visto a ‘Salvação de YHVH’ (Yeshuat YHVH), porque viram S(s)eu MESSIAS livrando-os com mão forte e braço estendido, das garras de faraó e seus exércitos.
“...Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede et-YESHUAT YHVH*** (אֶת־יְשׁוּעַ֣ת יְהוָ֔ה  - o livramento do SENHOR), que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. O SENHOR  lacham** (לָּחַ֣ם  - pelejará - conquistará, fará guerra por causa de vocês, submeterá o inimigo por sua causa; os usará como alimento e os comerá) por vós, e vós vos calareis. Então disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a Mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, e os egípcios saberão que EU Sou o SENHOR, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros. E o anjo de DEUS, que ia diante do exército de Israel, Se retirou, e ia atrás deles; também a Coluna de Nuvem se retirou de diante deles, e Se pôs atrás deles. E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a Nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro... E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda... E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o SENHOR, na coluna do fogo e da nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios. E tirou-lhes as rodas dos seus carros, e dificultosamente os governavam. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o SENHOR por eles peleja contra os egípcios... e o SENHOR derrubou os egípcios no meio do mar... Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar seco; e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda. Assim o SENHOR salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel a grande mão que o SENHOR mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao SENHOR, e creu no SENHOR e em Moisés, Seu servo” (Êxodo 14)

** lacham (לָּחַ֣ם  - pelejará - conquistará, fará guerra por causa de vocês, submeterá o inimigo por sua causa; os usará como alimento e os comerá)  - “E Josué, filho de Num, e Calebe filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pela qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então nos porá nesta terra, e no-la dará; terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o SENHOR, e não temais o povo dessa terra, porquanto são eles nosso pão (לֶחֶם); retirou-se deles o seu amparo, e o SENHOR é conosco; não os temais” (Números 14.6-9).

No hebraico, lacham (לָּחַ֣ם) de ‘pelejar, batalhar, usar como alimento e comer’, tem a mesma raiz da palavra lechem (לֶחֶם), cujo significado é ‘pão’.

Quando Calev, um dos espias, deu seu relatório sobre a terra prometida ao povo de Israel, referiu-se aos inimigos de YHVH, gigantes ou não, como ‘pães a serem comidos’ (lechem lacham), porquanto o SENHOR pelejaria (lacham) por eles, os entregaria em suas mãos.

*** et-YESHUAT YHVH (אֶת־יְשׁוּעַ֣ת יְהוָ֔ה  - o livramento do SENHOR) - O cordeiro substituto (pelos primogênitos de Israel e por todos os estrangeiros que com eles estivessem) foi imolado na tarde do dia 14 de Aviv e, à noite daquele mesmo dia, já no dia 15 de Aviv, após a morte dos primogênitos, saíram do Egito, não de mãos vazias, mas com ‘o salário do seu árduo trabalho durante os anos de escravidão’. Nessa caminhada de três dias, chegaram às margens de Iam Suf (Mar Vermelho) no dia 17 de Aviv. Quando faraó viu que o povo estava ‘encurralado’, não entendeu que aquilo era a mão de DEUS, pois ELE mesmo os conduziu àquele lugar. ELE os levou lá para que, mais uma vez, testemunhassem o livramento do SENHOR, e para que faraó fosse testado uma última vez, embora mais uma vez reprovado, para que o SENHOR fosse glorificado nele e em seus exércitos diante do povo de Israel.
Com a iminente ameaça, o povo ficou amedrontado e começou a murmurar. Mas Moshe levantou-se e disse: “Não temais; estai quietos, e vede o livramento do SENHOR (יְשׁוּעַ֣ת יְהוָ֔ה  - Y’SHUAT YHVH), uma clara alusão à Pessoa e obra de YESHUA (YEHOSHUA), o Filho de David, Filho de DEUS, o Salvador do mundo, a Esperança de Israel (Mateus 1.21).
O mar foi dividido (figura do batistmo nas águas de um que foi salvo pelo sangue do Cordeiro JESUS – 1 Coríntios 10.1,2) e eles passaram a pé enxuto, enquanto faraó e seus exércitos foram engolidos pelas águas do Mar Vermelho (Êxodo 14.26-28; 15.4,19).
A mão direita do SENHOR destruiu os egípcios – “A Tua destra, ó SENHOR, se tem glorificado em poder, a Tua destra, ó SENHOR, tem despedaçado o inimigo... Estendeste a Tua mão direita; a terra os tragou” (Êxodo 15.6,12).
A mão direita do SENHOR ou Sua destra aponta para o MESSIAS YEHOSHUA, como visto em alguns textos:
Pois não conquistaram a terra pela sua espada, nem o seu braço os salvou, mas a Tua destra e o Teu braço, e a luz da Tua face, porquanto Te agradaste deles. TU és o meu REI, ó DEUS; ordena salvações para Jacó” (Salmo 44.3,4);
Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? Porque foi subindo como Renovo perante ELE, e como Raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ELE, não havia boa aparência nELE, para que O desejássemos. Era desprezado, e O mais rejeitado entre os homens, Homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como Um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dELE caso algum. Verdadeiramente ELE tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de DEUS, e oprimido. Mas ELE foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ELE, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.1-5)
DEUS ressuscitou a Este JESUS, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de DEUS, e tendo recebido do PAI a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. Porque David não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o SENHOR ao meu SENHOR: Assenta-Te à Minha direita, até que ponha os Teus inimigos por escabelo de Teus pés” (Atos 2.32-35)
22.    Israel é o primogênito de YHVH (Êxodo 4.22,23)
Todos aqueles que recebem a JESUS como seu SENHOR e Salvador tornam-se os primogênitos de YHVH, da mesma forma que YEHOSHUA é o Primogênito do PAI – porque estão inseridos, enxertados nELE, o Renovo de Israel.

Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ELE seja O Primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8.29)

O Qual é imagem do DEUS invisível, o Primogênito de toda a criação; porque nELE foram criadas todas as coisas que há nos céus e na Terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ELE e para ELE. E ELE é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ELE. E ELE é a Cabeça do Corpo, da igreja; é o Princípio e o Primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Colossenses 1.15-18)

Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do DEUS Vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a DEUS, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a YEHOSHUA, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel” (Hebreus 12.22-24)


Como YEHOSHUA cumpriu Pêssach?

Pêssach foi minuciosamente planejada pelo Arquiteto e Edificador (Hebreus 11.10) com base na realidade espiritual do sacrifício do Cordeiro Pascal, morto desde a fundação do mundo (Revelação 13.8). Esse foi um evento ‘sombra’, ‘ensaio’ do que haveria de ocorrer 1500 anos depois, quando Yochanan, o batista, identificou e respondeu o questionamento de Itschaq (“Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” – Gênesis 22.7) que pairou nas atmosferas celestial e terrenal por 2000 anos, 4000 anos após a queda do homem e a Palavra profética de YAH, declarando que a ‘Semente da mulher esmagaria a cabeça de satanás’ (Gênesis 3.15).

Aquele que tipificou Eliyahu (Malaquias 3.1), preparando o caminho do MESSIAS (Marcos 1.1-3), proclamou: ‘Eis aqui SEH HaELOHIM, que tira o pecado do mundo’ (João 1.29).

E, subindo JESUS a Jerusalém, chamou de parte os Seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes: ‘Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lO-ão à morte. E O entregarão aos gentios para que dELE escarneçam, e O açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará’ (Mateus 20.17-19) E, quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou, então, JESUS dois discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o SENHOR os há de mister; e logo os enviará. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta (Zacarias 9.9), que diz: Dizei à filha de Sião: ‘Eis que o teu REI aí te vem, Manso, e assentado sobre uma jumenta, E sobre um jumentinho, filho de animal de carga’. E, indo os discípulos, e fazendo como JESUS lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima. E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: ‘Hosana ao Filho de David; bendito O Que vem em Nome do SSENHOR. Hosana nas alturas!E, entrando ELE em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é Este? E a multidão dizia: ‘Este é JESUS, o profeta de Nazaré da Galiléia’” (Mateus 21.1-11)

E, dito isto, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém... E, quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a DEUS em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto... E disseram-LHE de entre a multidão alguns dos fariseus: ‘Mestre, repreende os Teus discípulos’. E, respondendo ELE, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão. E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: ‘Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados; e te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação. E, entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam, dizendo-lhes: ‘Está escrito: A Minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores’” (Lucas 19.28-46)

A liturgia de Hoshana Rabah (último dia de Sukot) declara que o MESSIAS virá sobre o Monte das Oliveiras e chorará sobre a cidade.

Na semana de Sua morte, YEHOSHUA ascendeu a Jerusalém, montado em um burrinho, cumprindo a Palavra do SENHOR em Zacarias 9.9 (“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu REI virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta”), enquanto era aclamado REI pelos peregrinos que entoavam o Hallel (Salmos 113 a 118) à medida que se aproximavam da cidade, para as celebrações de Pêssach. Introduziram a YEHOSHUA na cidade do Grande REI com ovações e louvores concedidos a reis, reconhecendo-O como o Filho de David, o MESSIAS de Israel que havia de vir para assentar-Se no trono de Seu pai e restaurar o reino a Israel (Atos 1.6), porque reconheceram-nO como a Esperança de Israel (Jeremias 17.13,14 – “Ó SENHOR, Esperança de Israel, todos aqueles que Te deixam serão envergonhados; os que se apartam de mim serão escritos sobre a terra; porque abandonam o SENHOR, a fonte das águas vivas. Cura-me, SENHOR, e sararei; salva-me, e serei salvo; porque TU és o meu louvor”), clamando a ELE por salvação (‘Hoshiah na’):

E levaram o jumentinho a Jesus, e lançaram sobre ELE as suas vestes, e assentou-Se sobre ele. E muitos estendiam as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos das árvores (cerimônia em Sukot ordena que sejam tomados ramos de determinadas árvores e movidos diante do SENHOR, como oferta de adoração), e os espalhavam pelo caminho. E aqueles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosana, bendito O Que vem em Nome do SENHOR (Baruch Haba b’SHEM YHVH); Bendito o reino do nosso pai David (conectando YEHOSHUA com o pai David, aquele que tipificou o Messias e de quem ‘Um Descendente’ é aguardado para restaurar o reino a Israel e salvar Seu povo das garras de seus inimigos), que vem em Nome do SENHOR. Hosana nas alturas. E JESUS entrou em Jerusalém, no templo...(Marcos 11.7-11a)

A palavra grega hosana significa ‘salva’, ‘ser propício’. No hebraico, hoshiah na, significa um clamor por salvação, ‘salva-nos’.

Toda a descrição da entrada triunfal do SENHOR JESUS a Jerusalém descreve a cerimônia do último e grande dia da festa de Sukot, Hoshana Rabah, ou ‘Grande Salvação’. E Sukot aponta para os dias do Reino Milenar.

Nesse dia de Hoshana Rabah, a cerimônia atingia o seu clímax no templo, pois os rituais dos dias anteriores de Sukot eram repetidos sete vezes, uma vez que chuvas para o ano vindouro e o fervor messiânico eram os desejos de todos (Salmo 118). Não só os sacerdotes circundavam o altar, mas o povo o fazia também e por sete vezes, cantando o Salmo 118.25,26. A libação de água apontava para o derramar copioso do Espírito de graça e súplicas anunciado por Zacarias, sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém e como reconheceriam Àquele a Quem traspassariam, pranteando pela injustiça cometida contra o Unigênito rejeitado, e amargamente chorando pelo desprezo ao Primogênito, Salvador e SENHOR (Zacarias 12.10). Ao som dos levitas cantando os Salmos de Hallel, a congregação balançava suas folhas de palmeiras, voltada para o altar, cantando com os levitas:
Ana HaSHEM, hoshiah na; ana HaSHEM, chats’lichah na”.
Clamamos a Ti, agora, oh YAHVEH, salva-nos; clamamos a Ti, agora, oh YAHVEH, prospera-nos” (Salmo 118. 25).
Baruch Habah b’SHEM ADONAI/YAHVEH; berach’nuchem miBeit HaSHEM/YAHVEH
Bendito Aquele que vem em nome de YAHVEH; nós vos bendizemos desde a casa do YAHVEH (v. 26)
Da mesma forma que esse clamor e aclamação saíram dos lábios dos peregrinos na entrada triunfal de YEHOSHUA a Yerushalaim (João 12. 13), esta cena se repetirá quando todos os santos, vitoriosos porque ELE venceu, estiverem reunidos na sala do trono celestial, celebrando o Cordeiro que foi morto e que vive, aclamando: Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas Suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso DEUS, que está assentado no trono, e ao Cordeiro” (Revelação 7. 9,10).

O SENHOR YEHOSHUA já havia sido reconhecido e aprovado pelo PAI no Monte da Transfiguração, pouco antes de Seu martírio (Mateus 17.5). Havia sido aclamado pelo povo como o MESSIAS – o Cordeiro estava limpo, sem mancha, ruga ou defeito algum e totalmente preparado para ser REI (assim foi aclamado) e MESSIAS, o Libertador, o Salvador. Depois, foi examinado pelos principais dos sacerdotes, sumos sacerdotes (Anás e Caifás), políticos (Herodes e Pilatos) e nada puderam encontrar nELE que O desabonasse como Cordeiro perfeito!

Tudo isso, desde o dia 10 de Aviv ao dia 14, dia em que o sumo sacerdote, à 3ª hora (9.00h), ascendia com o cordeiro ao altar de sacrifício, atando-o ao mesmo. YEHOSHUA, à hora 3ª, foi atado ao madeiro no monte Moriah (Marcos 15.25).

À hora do sacrifício da tarde (15.00h) para Pêssach, à hora 9ª (Êxodo 12.6), o sumo sacerdote cortava a garganta do cordeiro com um cutelo, dizendo: ‘está consumado’, ao se entregar oferta pacífica a YHVH. À hora 9ª (Mateus 27.45,46,50), YEHOSHUA declarou: ‘Tetelestai’ – ‘Está consumado’, e entregou Seu Espírito (João 19.30).

Em Êxodo 12.8,9, diz-se que o cordeiro deveria ser tostado antes do pôr do sol. De acordo com o tratado de Pêssach na Mishnah (repetição – texto do judaísmo rabínico, extraído do TaNaCH, depois dos dias de YEHOSHUA), o cordeiro era assado numa vara de romã em posição vertical – símbolo do madeiro que dependuraria o meu SENHOR YEHOSHUA, assado ao sol das 9.00 às 12.00h (quando houve trevas) de uma 4ª feira primaveril, em Jerusalém. As entranhas do cordeiro deveriam ser removidas e colocadas sobre sua cabeça, referindo-se ao cordeiro como ‘sacrifício coroado’. YEHOSHUA tinha sobre Sua cabeça a ‘coroa de espinhos’** (Salmo 22.13-18)

Toda a congregação de Israel deveria apresentar-se como um só povo para celebrar Pêssach, Shavuot e Sukot no local em que YAH poria Seu Nome para ser lembrado (celebrado, glorificado, santificado) (Deuteronômio 16.16). E toda Israel estava congregada para ver YEHOSHUA, SEH HaELOHIM, ser sacrificado na árvore (Matus 27.1-26).

Nas primeiras horas de 15 de Aviv (viração do dia 14 para 15), YHVH ordenou que o povo comesse o cordeiro com pão levedado (matzah) e ervas amargas (maror), lombos cingidos, pés calçados, cajado na mão, porque, naquela noite, deveriam partir do Egito. Tão somente recebemos a YEHOSHUA em nossos corações, deixamos para trás o Egito, que representa o pecado, a idolatria deste mundo tenebroso.

** coroa de espinhos:
E vestiram-nO de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça. E começaram a saudá-lO, dizendo: Salve, Rei dos Judeus! E feriram-nO na cabeça com uma cana, e cuspiram nELE e, postos de joelhos, O adoraram. E, havendo-O escarnecido...” (Marcos 15.17-20a)

Por horas, YEHOSHUA foi torturado ao estilo romano (braço de ferro): vendado, foi açoitado com chicote de nove faixas de couro com fragmentos de metal para lacerar, rasgar e arrancar pedaços de Sua carne, espancado, atingido em Seu rosto e cabeça, a imagem do horror e da feiura de nosso pecado esculpido em Sua face – “Como pasmaram muitos à vista dELE, pois o Seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a Sua aparência mais do que a dos outros filhos dos homens” (Isaías 52.14) – tal era Seu aspecto, que nem parecia um homem!

E, como último ato de humilhação contra o MESSIAS e REI, os soldados romanos teceram-LHE uma coroa de espinhos (da espécie Ziziphus zizyphus, um arbusto denominado ‘jujuba’, com fruto ‘doce’) cravada em Sua cabeça – ELE que é a Cabeça do Corpo, foi ferido em Sua autoridade, em Sua liderança, em Sua dignidade real.

Maria, ao derramar nardo puro sobre a cabeça e os pés de YEHOSHUA, o fez em preparo à Sua sepultura (Marcos 14.3-8; Joao 12.3-8). Quando aqueles espinhos de ‘ferro’ penetraram em Sua fronte, o nardo exalou até Suas narinas e o doce perfume da unção pairou sobre ELE e fluiu dELE, relembrando-O de que Seu sofrimento não seria em vão mas produziria muitíssimo fruto.

Uma vez que a obra do Calvário foi realizada desde a fundação do mundo (Revelação 13.8), por causa da queda, a terra foi amaldiçoada por YHVH a produzir cardos e espinhos (Gênesis 3.18), os mesmos que provocaram dor e ferimento à Cabeça e autoridade do Filho do homem, YEHOSHUA através da coroa de espinhos, símbolo da maldição que ELE levou sobre Si na cruz. Não houve parte da humanidade e de sua ruína que ELE não tenha experimentado e carregado conSigo, matando cada porção da iniquidade na Sua morte.

O objeto de maldição, símbolo do pecado do homem que terminou por amaldiçoar a terra, foi posto em Sua cabeça para que fôssemos resgatados da maldição da Lei pelo Único que poderia realizar tamanho feito: “O MASHIACH nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gálatas 3.13).

Todos os ‘filhos da promessa de YHVH’ foram zombados, escarnecidos (Itschaq, Yosef, David, YEHOSHUA, Shaul...), porque é isso que satanás sabe fazer, escarnecer dos Seus escolhidos.

O propósito primeiro da coroa, símbolo de realeza e majestade, além de LHE causar dor e sangramento intensos, porque os espinhos eram como espetos de ferro (“Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo uma aliança eterna, que em tudo será bem ordenado e guardado, pois toda a minha salvação e todo o meu prazer está nele, apesar de que ainda não o faz brotar. Porém os filhos de Belial todos serão como os espinhos que se lançam fora, porque não podem ser tocados com a mão. Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar” - 2 Samuel 23.5-7), que penetravam em seu couro cabeludo e, pelo espancamento, foram cravados em Sua cabeça, como os pregos, foi de zombaria e paralisação de Sua autoridade, pois o REI dos judeus, em vez de receber uma coroa de ouro, de triunfo e glória, recebia uma coroa tecida com a maldição com que a terra fora amaldiçoada, após o pecado de Adam (“E a Adam disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” - Gênesis 3.17-19).

Embora a coroa LHE tenha produzido dor e degradação física (em altíssimo grau) e moral, quando Sua dignidade real mais uma vez era roubada pelo filho de belial (2 Samuel 23.6) – e todos nascemos como filhos de belial, desde o pecado de Adam – na verdade, a coroa foi um excelente símbolo de Quem YEHOSHUA é e o que ELE veio cumprir. Embora quiséssemos LHE imputar vergonha, desprezo, humilhação e escárnio, o resultado foi Sua coroação no céu como REI sobre todos e tudo!

Para nós, cristãos, a coroa nos recorda duas coisas:
- 1º, JESUS foi e é REI e, um dia, todo o universo se prostrará diante dELE, reconhecendo-O como REI dos reis e SENHOR dos senhores (Revelação 19.16). A zombaria romana revelou Seu caráter de Servo Sofredor, a Ovelha calada indo ao matadouro de Isaías 53, bem como o de MESSIAS-REI conquistador das nações por causa de Seu sangue, uma vez que, obedecendo até a morte de cruz, obediência esta que teve de ser aprendida pelo tanto que sofreu, ‘conquistou’, como Homem, a aprovação do PAI, reconquistou a humanidade para seu verdadeiro Dono e Criador, abrindo o caminho de seu (humanidade) regresso ao PAI... por causa de Seu sangue, reiterando Seu direito sobre Sua criação pela redenção promovida por ELE;
- 2º, JESUS suportou a humilhação, a dor, a vergonha, os insultos tudo por nossa causa. ‘Viu o fruto do Seu penoso trabalho e ficou satisfeito, porque Sua obra não foi em vão’ (Isaías 53.11) – você, eu e multidões estamos aqui para declarar que ‘o Calvário não foi em vão’!!! O PAI o declarou, ao coroá-lO com glória e honra e assentá-lO à Sua destra, a destra de Justiça (Hebreus 2.9).


YEHOSHUA celebrou Pêssach

Há 15 passos no Seder (Ordem) shel (de) Pêssach.

À medida que percorremos esses 15 passos, entendemos o contexto da última ceia e as ordenanças que YEHOSHUA nos deixou de celebrarmos a ceia do SENHOR.

A refeição é celebrada em uma mesa de ordem. Seder significa ordem. A mesa de Seder é uma prestação de contas ordenada, por meio de ler-se e comer, falando do que DEUS fez naquele tempo. Durante a refeição, muitas famílias se guiam por um livro chamado Hagadah (‘a narração’ ou ‘o conto’) e vem de Êxodo 13.8 – “E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: ‘Isto é pelo que o SENHOR me tem feito, quando eu saí do Egito’. Basicamente é a narrativa sincera, clara, objetiva dos feitos de DEUS ao libertar Seu povo de Israel da escravidão do Egito, intercalada por salmos e outras passagens bíblicas que se referem à salvação de DEUS (Yeshuat YHVH) e à vinda do MESSIAS.

Seder shel Pessach (ordem da refeição de Pessach)

Há quatro cálices de vinho a serem bebidos durante a celebração, cálices de promessas e o 5º para Elyahu

Porque o SENHOR ouviu o clamor de Seu povo no Egito, lembrou-Se de Sua promessa a Avraham, viu os filhos de Israel e atentou para sua condição de escravidão (Êxodo 2. 24,25), fez quatro promessas a Moshe (Êxodo 6. 6-8 Portanto dize aos filhos de Israel: EU Sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, e vos livrarei da servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos. E EU vos tomarei por Meu povo, e serei vosso DEUS; e sabereis que EU Sou o SENHOR ELOHEICHEM, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios; e EU vos levarei à terra, acerca da qual levantei Minha mão, jurando que a daria a Abraham, a Itschaq e a Yaacov, e vo-la darei por herança, EU o SENHOR.). Em memória às quatro promessas, tomamos quatro cálices do fruto da vide, pois aos escravos em liberdade deveriam ser dadas ‘taças de vinho da liberdade’.

a)       EU vos tirarei – Cálice da Santificação (Kidush) no início do seder. Lucas 22. 17: “E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós

b)       EU vos livrarei – Cálice da Narração, do Louvor, Ações de Graça e da Libertação – tomado depois de cantar a 1ª parte de Hallel (Salmos 113, 114), na conclusão do relato da história. “CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gálatas 3.13).
ELE morreu não só pelos nossos pecados, mas foi para o madeiro para quebrar e arrancar cada maldição em nós;

c)       EU vos resgatarei – Cálice de Bênção e Redenção – tomado após a refeição. Esse é o cálice da ceia do SENHOR, no qual YEHOSHUA identifica Seu sangue ofertado para a Nova Aliança (Mateus 26. 27,28; Marcos 14. 23; Lucas 22. 20 – ‘Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no Meu sangue, que é derramado por vós’; 1 Coríntios 10. 16 – ‘Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?’)
Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pedro 1.18,19) – fomos remidos. Remir quer dizer ‘ser visto’ – pelo sangue de YEHOSHUA somos perdoados e novamente ‘somos vistos’ como filhos das promessas e das alianças de YHVH.

d)  EU vos tomarei por Meu povo – Cálice da Finalização (conclusão, perfeição), tomado ao final do seder. ‘E EU vos tomarei por Meu povo, e serei vosso DEUS; e sabereis que EU Sou o SENHOR ELOHEICHEM’. Aponta para a obra completa de YEHOSHUA na cruz do calvário, pois, sabendo que todas as coisas estavam terminadas, disse: Tenho sede... encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissopo, Lha chegaram à boca. E, quando JESUS tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o Espírito’ (João 19. 28-30);

e)       EU vos levarei à terraCálice de Elyahu – 5º cálice, usado para recordar as promessas messiânicas (Malaquias 4. 5,6  ‘EU vos enviarei o profeta Elyahu, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR;  6 e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que EU não venha, e fira a terra com maldição’) e aquelas referentes ao retorno à terra prometida (Deuteronômio 30. 1-6). Por isso, no encerramento do Seder, declaram ‘Próximo ano em Jerusalém’ – Nova Jerusalém

YEHOSHUA anunciou que Elyahu tinha vindo (Marcos 9. 13) na pessoa de João Batista (Mateus 11. 14).

Quinze passos do Seder de Pêssach

1.      Kadesh – santificação - nesse momento, o primeiro dos quatro cálices de vinho é abençoado e tomado. Cálice da santificação ou Kidush – ‘Bendito és TU, SENHOR nosso DEUS, Rei do universo, que criaste o fruto da vide’.

2.      Ur’chatz – lavagem das mãos (só o celebrante) – tem a ver com o batismo, removendo toda maldição.

3.      Karpas – mergulhar salsa na água salgada – significa ‘salsa ou ervas verdes’
É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão. E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa” (João 13.26,27). O mais velho senta-se do lado esquerdo da mesa e mergulha a erva verde na água salgada, enquanto o mais novo senta-se à direita. Judas, o traidor, era o discípulo mais velho de JESUS. Bin’yamin, o filho mais novo de Jacó, significa: ‘filho da minha destra’

4.      Yachatz – partindo a matzah do meio (pão da aflição e afikoman escondido) – matzah do meio é partida em dois pedaços: o menor, o pão da aflição, é colocado com os outros dois; o maior, afikoman, é envolto em guardanapo e escondido (para ser encontrado mais tarde pelas crianças).
No coração da narrativa, há o afikoman, palavra grega que significa ‘que vem mais tarde’ ou mesmo ‘aquele que veio’.
No início do Seder, três pedaços de matzot são colocados num saco com três divisões (matzatosh). Muitos explicam os três pães como sendo os patriarcas Avraham, Itschaq e Yaacov. A matzah central, Itschaq, é partida porque Itschaq foi oferecido em sacrifício e ‘esteve morto’ por três dias (tempo de caminhada até o Monte Moriah) e ‘ressuscitou’ quando o cordeiro substituto foi visto preso pelos chifres (sinal de sua autoridade, de seu poder) nos galhos de uma árvore (madeiro).
Outros justificam os três como sendo DEUS, Israel e o povo judeu – Israel foi partida, porque foi levada a cativeiro e foi escravizada e aflita por outras duas vezes (cativeiros babilônico e romano). A porção comida de imediato, o pão da aflição, representa a escravidão e as aflições infligidas por seus algozes, enquanto que a porção escondida, o afikoman, tem a ver com a incerteza do escravo de quando poderá comer algo, escondendo um bocado para mais tarde.
O pão do meio é o primeiro a ser partido. Parte desse pedaço partido, o menor, ou pão da aflição, é distribuído entre os à mesa. O restante, o maior pedaço ou afikoman é embrulhado e escondido para que uma criança, ao fim, o procure e, ao encontrá-lo, receba a recompensa da redenção. Então, todos os participantes comerão do afikoman encontrado pela criança, como sobremesa.
As Escrituras afirmam que ‘ADONAI echad u’Shmo echad’ – ‘O SENHOR é UM e Seu Nome é Um’. Entretanto, a palavra ‘echad’ carrega o conceito de pluralidade. Em Gênesis 2.24, diz-se que ‘o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão echad carne, uma só carne’. A palavra hebraica para DEUS, ELOHIM, também expressa pluralidade.
Tudo isso para explicar o entendimento messiânico de que as três matzot representam DEUS PAI, DEUS Filho (a Torah Viva, a Palavra de DEUS que Se fez carne e tabernaculou entre nós) e DEUS Espírito Santo. YEHOSHUA, o Pão da Vida, que desceu do céu, foi partido (morto), aflito por nossos pecados como nossa kipurah, sacrifício expiatório. Os que estão nELE, comem o pão da aflição, porquanto mortos com ELE, e o restante é escondido e achado, mais tarde, testificando de Seu sepultamento e Sua ressurreição. Comemos essa porção, também porque fomos sepultados com ELE e ressuscitamos com ELE: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em JESUS CRISTO fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com ELE pelo batismo na morte; para que, como CRISTO foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do PAI, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ELE na semelhança da Sua morte, também o seremos na da Sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ELE crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com CRISTO, cremos que também com ELE viveremos... Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para DEUS em CRISTO JESUS nosso SENHOR” (Romanos 6.3-8,10).

As matzot são pães sem levedura, furados e listrados pelo calor do cozimento. De acordo com a Mishnah, o afikoman é um ‘substituto do korban Pêssach’, o sacrifício de Pêssach, que era a última coisa a ser comida no seder durante o período dos 1º e 2º templos. Ainda há um véu sobre o coração do povo e há muita verdade profunda nas tradições que ainda não foram reveladas.
As marcas em uma matzah – furos, listras como que chicotadas e lacerações (como queimaduras de pele) – são as marcas que YEHOSHUA recebeu em Seu martírio por nós: por horas, foi torturado ao estilo romano (braço de ferro) com açoites de chicote com nove tiras de couro e fragmentos de metal nas extremidades para furar, lacerar, arrancar pedaços de Sua carne, furado pela coroa de espinhos que era cravada em Sua cabeça, a imagem do horror e da feiura de nosso pecado esculpido em Sua face – “Como pasmaram muitos à vista dELE, pois o Seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a Sua aparência mais do que a dos outros filhos dos homens” (Isaías 52.14) – tal era Seu aspecto, que nem parecia um homem!

O afikoman ainda nos revela duas outras lições:
- se não tiver um coração como de criança, não se pode entrar no reino de DEUS: “JESUS, chamando-os para Si, disse: Deixai vir a Mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de DEUS. Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de DEUS como menino, não entrará nele” (Lucas 18.16,17)
- a misericórdia de DEUS para com Seu povo: por um tempo, um pequeno número deles reconheceu Seu MESSIAS de Israel (a porção menor). Mas, a porção maior, o afikoman, foi deixado para ser descoberto mais tarde, quando ‘todo Israel será salvo’ (Romanos 11.26).
JESUS, ao ser sepultado, teve Seu rosto coberto por um lenço, mais tarde encontrado dobrado no sepulcro vazio. João viu e creu – o lenço dobrado é sinônimo de que ELE voltará (na mesa de refeição, se guardanapo jogado – o mestre não retornará; se guardanapo dobrado – retornará para terminar a ceia).
5.      Magid – narrativa – conta-se a história do Êxodo. Ela é concluída com o segundo cálice de vinho, chamado ‘cálice da ira’ para JESUS, porque a ira de DEUS recaiu sobre ELE, para que Sua justiça, ferida pela iniquidade de Sua criação, fosse satisfeita. Para nós, os remidos, é o cálice da libertação.
YEHOSHUA sorveu  esse cálice no Gat Sh’mani (Lucas 22.42-44 – “PAI, se queres, passa de Mim este cálice; todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua. E apareceu-lhe um anjo do céu, que O fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até o chão”).

Compartilhando a história do Êxodo, cada um de nós deve toma-la como história pessoal, de libertação e redenção pessoal.

6.      Rach’tzah – todos lavam as mãos – bênção é proferida. Tem a ver com o estar nesse mundo, mas não pertencer a ele.
Disse-lhe JESUS: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos” (João 13.10)

7.      Motzi – bênção da matzah (de cima) – ‘Bendito és TU, SENHOR nosso DEUS, Rei do Universo, que produz/gera/faz nascer o pão da terra’. Essa bênção é a profecia da ressurreição do MESSIAS de Israel, porque ELE é o Pão vivo que desceu do céu (João 6.47-51).
Depois de Sua morte, o SENHOR O trouxe de volta à vida da terra (Atos 2.31-33 – “Nesta previsão, disse da ressurreição de CRISTO, que a Sua alma não foi deixada no inferno, nem a Sua carne viu a corrupção. DEUS ressuscitou a Este JESUS, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de DEUS, e tendo recebido do PAI a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis”)

8.      Matzah – bênção da matzah João 13.23 descreve que os discípulos estavam reclinados. Somente nobres e reis podiam reclinar-se para as refeições. Pêssach é chamado de festival de nossa liberdade – somos livres das ataduras da escravidão do pecado (Egito e mundo) e reis (‘sacerdócio real, nação santa, povo escolhido’ – 1 Pedro 2.9; Revelação 1.6; 5.10)

9.      Maror – ervas amargas – simbolizado por um tipo de alface (árabe) com folhas grandes e raiz forte

10.  Korech – sanduíche de matzah com ervas amargas

11.  Shulchan Orech – refeição principal – o prato principal é comido (tempo de comunhão)

12.  Tsafon Barech – procurando o afikoman escondido – as crianças procuram pelo pedaço de matzah escondido. A criança que o encontrou recebe um presente e todos a comem.
O celebrante toma o afikoman e diz: Na noite em que seria entregue, JESUS tomou o afikoman e deu graças.‘Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça; porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de DEUS... E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o Meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de Mim’ (Lucas 22. 15,16,19).

13.  Barech – bênção pela refeição (o agradecimento pela refeição vem depois na cultura judaica)
Depois que essa bênção é concluída, o terceiro cálice de vinho é abençoado e ingerido. Este é o cálice da redenção/salvação (Lucas 22.20 – “Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no Meu sangue, que é derramado por vós”; 1 Coríntios 10.16 – “Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?”).
Esse cálice é cheio para transbordar, simbolizando a salvação (“Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o Nome do SENHOR” – Salmo 116.13). YEHOSHUA tomou esse cálice e invocou o Nome de YHVH, declarando derramar Seu sangue pela salvação de toda a humanidade.
Antes do Hallel, os quarto e quinto cálices são cheios e a porta é aberta para que Elyahu haNaviy entre e proclame a vinda do Mashiach.
O quinto cálice é o de Elyahu faz parte do Seder, ao final, assim como deixar uma cadeira vazia, durante todo Seder para ele. Somente Elyahu ou alguém que viesse no espírito e poder de Elyahu, ou o próprio Messias, estava credenciado a beber daquele cálice. Tem a ver com Malaquias 4.5 – “Eis que EU vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR”.
Então, a porta é fechada e a cerimônia dá sequência.

14.  Hallel – louvor – os Salmos 115 a 118 são recitados (cantados, entoados) em glorificação a DEUS.
Depois dos cânticos, o quarto cálice, cálice da consumação (do reino) é levantado e bebido. JESUS disse: Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até aquele dia em que o beber, novo, no reino de DEUS” (Marcos 14. 25).
E, quando JESUS tomou o vinagre, disse: ‘NISH’LAM / ‘TETELESTAI’ (Está consumado). E, inclinando a cabeça, entregou o Espírito”. O Cálice da finalização, também é chamado de Cálice do sofrimento, da morte e da vitória.

15.  Nirtzah – aceitação – tudo foi terminado. Um último cântico é entoado (“E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras” (Mateus 26.30).
Revelação 21:6-7 Está cumprido. EU Sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e EU serei seu DEUS, e ele será Meu filho”.
Suas promessas em Jeremias 31 para Seu povo de Israel são relembradas, declarando: L’shanah habaah b’Yrushalaim habnuyah uv’yameynu b’zo hachadashah (Próximo ano em Jerusalém edificada novamente e que em nossos dias na Nova Jerusalém).

O único lugar onde o cordeiro pascal poderia ser sacrificado era em Jerusalém, no templo. Para aqueles que não conseguiam ascender a Jerusalém para celebrar a festa, a fim de guardar a celebração, deveriam ter um substituto para o cordeiro pascal, a ‘zeroah’ ou ‘braço’ de um cordeiro, como memorial de que um cordeiro foi morto para libertá-los da morte no Egito.

Isaías 53.1 se refere ao Cordeiro de DEUS que tira o pecado do mundo como ‘o Braço do SENHOR’ – “E a quem se manifestou o braço do SENHOR?

Até hoje, no Seder de Pêssach, um osso da tíbia de cordeiro (braço) deve ser chamuscado e usado para o prato de Pêssach.

 “E, no primeiro (protos) dia dos pães ázimos, quando sacrificavam a páscoa, disseram-lhe os discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comer a páscoa?” (Marcos 14.12)

Protos – significa antes da hora, mais cedo, anterior, precedente, primeiro de tudo. O texto aponta para ‘antes do primeiro dia dos pães ázimos’, ‘primeiro de tudo da festa dos ázimos’.

Nos dias de JESUS, por causa do templo (Beit HaMiqdash), Seder poderia ser celebrado no dia 14 (1º Seder) e no dia 15 (2º Seder). Ainda hoje isso acontece.

YEHOSHUA celebrou a Páscoa com Seus discípulos na viração do dia 13 para 14 de Aviv, pois seria imolado como o Cordeiro a ser oferecido por toda a casa de Israel, o Único todo suficiente, no sacrifício da tarde (15.00h), para ser comido antes da meia noite (já no dia 15 de Aviv), conforme prescrito na Torah.

O cohen hagadol oferecia o último sacrifício, este por toda a casa de Israel, antes do início da festa dos pães ázimos, às 15.00h de 14 de Aviv. Quando Caifás não entrou na corte de Pilatos para assistir ao julgamento de YEHOSHUA, não o fez para poder comer o Cordeiro Pascal mais tarde. Caso contrário, se entrasse num tribunal gentílico, seria considerado impuro e não poderia comer o cordeiro (João 18.28). Logo, esse evento aconteceu na manhã do dia 14 de Aviv.

Hoje, 14 de Aviv (14 de abril) é erev Pêssach. Todos estão correndo como os preparativos de Seder shel Pêssach e com remover todo vestígio de fermento de seus lares.

Em duas horas, há quase 2000 anos, o SENHOR estava prestes a entregar Seu Espírito e completar o ministério para o qual tinha vindo, vencer a morte com a morte!

Oremos para que esta seja uma noite absolutamente diferente aqui em Israel. Que cada passo dessa celebração que aponta para o Mashiach YEHOSHUA revele-se como tal e milhões de olhos espirituais sejam abertos para ver o cumprimento de todos os passos no Filho de Israel, YEHOSHUA, o MESSIAS.

Que o próprio YEHOSHUA Se revele em Espírito e em verdade a todo lar judaica e cristão nesta noite.

Que corações de multidões e multidões se rendam a ELE e O obedeçam, como nossos antepassados fizeram, ao celebrar o primeiro Pêssach. Que vejam o que Moshe , Yehoshua e todo povo viram: ‘et-YESHUAT YHVH (o livramento do SENHOR)’.

Clamemos pela proteção e segurança deste pequeno país que está, com toda a certeza, nas mãos do Poderoso e Eterno Redentor. Que Seus olhos prossigam em guardar cada milímetro quadrado desta Sua terra, para a glória do Seu Nome.

Chag Pêssach Sameach, no amor e na compaixão e misericórdia de YEHOSHUA HaMASHIACH,

marciah malkah

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